comunicação : ordem dos arquitectos apresenta artigo de autor

“Desenhar por Palavras” por Sérgio Magalhães

Porto.
Candidatura Portugal . Porto 2017
Agência Europeia do Medicamento . European Medicines Agency EMA

“O Porto é mais do que um nome, mais do que um mero substantivo de uma cidade do norte de um país sul europeu. É um termo, uma designação de qualificação e singularidade, um novo adjectivo verbal.

É assim que eu vivo “o Porto”. Um desígnio vivo, superior a uma imparável renovação física de um local. É aqui que vivo, assisto e participo do florescer de novos costumes próprios, peculiares, sociais, uns locais, outros globais. Costumes não só de gente nova, ou velha, comum e incomum, mas assentes na verdadeira raiz de ser “à Porto”.

Essa raiz de onde, desde outros tempos, a boçalidade rural marcou forte a defesa de um território e onde espanhóis, franceses, ingleses e até outros portugueses nos disputaram pela razão de “ser porto”: essa raiz de ser, rude e crua. Esta arma que nunca foi uma lança e evoluiu.

O portuense, o forte, atingiu a calma que o permite ser desejado por todos, pela sorte de ser só “pelo porto”. Quem visita, seja turista, migrante ou local, é na forma como é acolhido, que se desprende de ser de onde vem para cair na paixão de ser “do Porto”.

A calma, esta nossa calma de mirante, do alto da torre, da encosta de rio ou do horizonte de mar não é causada por mais um edifício reabilitado, por mais um notável estrangeiro que visita, ou até pelas festas de todos, mas pela simples noção de renascer, de vez, mas como sempre.

Por isso, não é a reabilitação que caracteriza o Porto, é o renascimento que esta provoca desde si, em quem aqui vive e claro em quem a visita. O Porto é mais do que um porto pronto a receber, e a reabilitação urbana é em si pouco para descrever o acionamento desta cidade, destes costumes e destas gentes.

Enquanto reabilitar é material, este renascer é evoluir para a crítica do dogma na busca da próxima virtude, seja ela qual for Porto, e de partida para o futuro. Renascer como ser, como ponto notável de um território global e não mais limitados pelas encostas íngremes de outros momentos.”

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Publicação pela Ordem dos Arquitectos
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